Por Júlia Rodrigues
Durante muito tempo o esporte
foi considerado um esporte masculino. Até 1979 as mulheres não tinham direito
de praticar lutas ou jogar futebol, pois essa prática era considerada
inadequada para o gênero feminino. Apesar de nas últimas décadas o número de
mulheres no esporte ter aumentado, ainda é possível notar as diferenças entre
os homens e mulheres no que diz respeito às práticas esportivas.
Segundo um estudo da ONU,
existem fortes evidências de que a participação feminina no esporte pode
quebrar estereótipos de gênero e melhorar a autoestima das mulheres,
contribuindo assim para o desenvolvimento de habilidades de liderança. E é por
isso que os países desenvolvidos estão cada vez mais incentivando a prática do
esporte para as mulheres principalmente, como forma de derrubar as barreiras
existentes entre esses gêneros.
De acordo com a filósofa Maria
das Graças, formada pela Universidade de São Paulo, especializada em
comportamentos humanos, isso acontece porque quando as mulheres praticam
esporte, elas tem a chance de mostrar que podem ser fortes e capazes de
competir e conseguir alcançar os seus objetivos assim como os homens, “possibilitando
demonstrar, não somente a força física, mas também a liderança e o pensamento
estratégico” afirma a psicóloga.
Isabela Pereira é atleta de
tênis e conta que antes de começar a jogar, ela era uma pessoa completamente
fechada, “não costumava me envolver com as pessoas e não acreditava que eu
poderia melhorar a minha autoestima apenas praticando esportes”. Hoje, ela diz
que com o esporte, ela pode perceber que não existe uma barreira que separa
homens e mulheres além de categorias diferentes. Todas podem competir e dessa
forma mostrar que são capazes de conquistar vitórias e a partir delas crescer
cada vez mais, tanto no esporte, quanto na vida social. “Depois que eu vi o quanto
o tênis mudou minha vida, sou uma pessoa completamente nova, feliz, com uma autoestima
elevada e principalmente puder ver que eu posso ser o que eu quiser ser” afirma
Isabela.
Hoje as mulheres tem muito
mais visibilidade no esporte, porém ainda está presente a discriminação, seja
com o público ou com as atletas. Pode-se perceber isso através da mídia. A
cobertura midiática do esporte feminino é muito inferior à cobertura do
masculino. Segundo um estudo realizado pela BBC Sports, também é possível
enxergar essa diferença entre gêneros através da premiação, o estudo concluiu
que a premiação do esporte feminino é 30% mais baixa do que a do
masculino. Maria das Graças ressalta que
para um avanço no mundo tanto social quanto profissional, é necessário buscar
essa igualdade de gênero e isso faz que com o empoeiramento das mulheres sejam
essenciais para um desenvolvimento sustentável.
Primeiro encontro feminino de tênis realizado pela Liga Jundiaense de Tênis. (Foto: Júlia Rodrigues) |
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