quarta-feira, 31 de maio de 2017

Muito além do esporte

                                                                                           Por Júlia Rodrigues

Durante muito tempo o esporte foi considerado um esporte masculino. Até 1979 as mulheres não tinham direito de praticar lutas ou jogar futebol, pois essa prática era considerada inadequada para o gênero feminino. Apesar de nas últimas décadas o número de mulheres no esporte ter aumentado, ainda é possível notar as diferenças entre os homens e mulheres no que diz respeito às práticas esportivas.
Segundo um estudo da ONU, existem fortes evidências de que a participação feminina no esporte pode quebrar estereótipos de gênero e melhorar a autoestima das mulheres, contribuindo assim para o desenvolvimento de habilidades de liderança. E é por isso que os países desenvolvidos estão cada vez mais incentivando a prática do esporte para as mulheres principalmente, como forma de derrubar as barreiras existentes entre esses gêneros.
                                                                                                


De acordo com a filósofa Maria das Graças, formada pela Universidade de São Paulo, especializada em comportamentos humanos, isso acontece porque quando as mulheres praticam esporte, elas tem a chance de mostrar que podem ser fortes e capazes de competir e conseguir alcançar os seus objetivos assim como os homens, “possibilitando demonstrar, não somente a força física, mas também a liderança e o pensamento estratégico” afirma a psicóloga.
Isabela Pereira é atleta de tênis e conta que antes de começar a jogar, ela era uma pessoa completamente fechada, “não costumava me envolver com as pessoas e não acreditava que eu poderia melhorar a minha autoestima apenas praticando esportes”. Hoje, ela diz que com o esporte, ela pode perceber que não existe uma barreira que separa homens e mulheres além de categorias diferentes. Todas podem competir e dessa forma mostrar que são capazes de conquistar vitórias e a partir delas crescer cada vez mais, tanto no esporte, quanto na vida social. “Depois que eu vi o quanto o tênis mudou minha vida, sou uma pessoa completamente nova, feliz, com uma autoestima elevada e principalmente puder ver que eu posso ser o que eu quiser ser” afirma Isabela.
Hoje as mulheres tem muito mais visibilidade no esporte, porém ainda está presente a discriminação, seja com o público ou com as atletas. Pode-se perceber isso através da mídia. A cobertura midiática do esporte feminino é muito inferior à cobertura do masculino. Segundo um estudo realizado pela BBC Sports, também é possível enxergar essa diferença entre gêneros através da premiação, o estudo concluiu que a premiação do esporte feminino é 30% mais baixa do que a do masculino.  Maria das Graças ressalta que para um avanço no mundo tanto social quanto profissional, é necessário buscar essa igualdade de gênero e isso faz que com o empoeiramento das mulheres sejam essenciais para um desenvolvimento sustentável.

    Primeiro encontro feminino de tênis realizado pela Liga Jundiaense de Tênis.
(Foto: Júlia Rodrigues)


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